Estes desenhos são do ilustrador brasileiro Henrique Abreu, que nasceu em Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais. Minas Gerais é uma das 27 unidades federativas do Brasil, sendo a quarta maior em extensão territorial, que é de 586.528 km², equivalente à da França. Assim aprendem também um bocado de geografia.
Este é um conto popular português intitulado Um moleiro. Já vos aconteceu algo parecido alguma vez com a fome?
Trabalhava no seu moinho um moleiro, chegou o rei com a sua comitiva.
–Há dois dias que nos perdemos no mato (= "en el bosque") e morremos à fome; tens alguma coisa que nos dês?
–Tenho pão de cevada e mel.
Ficaram todos muito contentes. O moleiro foi buscar um tabuleiro de pão, que desapareceu num momento.
–Venha o mel - ordenou o rei.
–O mel comeram os senhores com o pão.
O rei compreendeu a resposta: não há melhor mostarda do que a fome; até o pão de cevada sabe a mel.
Podemos aproveitar para recordar dois provérbios portugueses sobre a fome. Vocês vão pensar logo no equivalente espanhol do primeiro... À boa fome, não há mau pão.
Saíra de sete cores (Fotografia de Takao Takayama)
Tanto pássaro aí, meninos e meninas! Passaredo, esta canção dos brasileiros Francis Hime e Chico Buarque, cantada por este último, é composta praticamente toda por nomes de pássaros daquele imenso país. Reparem nalguns desses nomes tão curiosos: chega-e-vira, engole-vento, uirapuru, utiariti, tié sangue e o saíra da fotografia. Que beleza, não acham? Estes quatro últimos são nomes de origem tupi, a língua que falavam os povos índios originários do Brasil.
Bem sabem vocês, e se não sabem, eu digo, que o homem é a primeira ameaça para a vida neste planeta, neste caso para os coitados dos passarinhos. É por isso o refrão (cuidado, "el estribillo") desta canção: Toma cuidado / Que o homem vem aí / O homem vem aí / O homem vem aí.
Reparem no vídeo: vão ver os nomes dos pássaros e fotografias deles. Animais com essas cores não existem no nosso continente.
PASSAREDO
Ei, pintassilgo Oi, pintarroxo Melro,uirapuru Ai, chega-e-vira Engole-vento Saíra,inhambu Foge asa-branca Vai, patativa, Tordo,tuju,tuim Xô, tié-sangue Xô, tié-fogo Xô, rouxinol sem fim Some, coleiro Anda, trigueiro Te esconde colibri Voa, macuco Voa, viúva Utiariti Bico calado
Toma cuidado Que o homem vem aí O homem vem aí O homem vem aí
Ei, quero-quero Oi, tico-tico Anum,pardal,chapim Xô, cotovia Xô, ave-fria Xô, pescador-martim Some, rolinha Anda, andorinha Te esconde, bem-te-vi Voa, bicudo Voa, sanhaço Vai, juriti Bico calado Muito cuidado Que o homem vem aí O homem vem aí O homem vem aí
Porque dois vídeos? Reparem: a duração do segundo é 2:32 porque para se verem melhor os pássaros, a canção soa mais devagar; no primeiro vídeo ouvimos a canção original.
Eis o que nos diz o dicionário Priberam da palavra dica:
dica (redução de indicação). s. f. Indicação ou informação útil, geralmente pouco divulgada.
Podemos traduzi-la como "pista". Nas mensagens que levarem a etiqueta dica, vão encontrar ajudas para aprender muito facilmente novas palavras portuguesas partindo das correspondentes palavras espanholas. Por vezes, acontecem falhas ou erros, porque os vocábulos latinos nem sempre evoluiram da mesma maneira em ambas as línguas, mas podem aprender muitas palavras.
Vamos ver o que acontece com a terminação -ero / -era das palavras espanholas. Se mudarmos por -eiro / -eira, vamos ter aí algumas palavras portuguesas. Por exemplo, "primero/a" diz-se em português primeiro/a. Mas atenção com palavras como empregado de mesa (esp. "camarero"), estrada (esp. "carretera"), primavera... Isto tudo é por causa do latim, já sabem, a lingua-mãe do português e do espanhol.
Então, meninos e meninas, como é que se dirão em português as seguintes palavras espanholas?
Reparem na fotografia. Já aprenderam que a segunda pessoa do singular do presente do verbo ser é a seguinte:
Tu és
E sabem que devem ter muito cuidado, prestar muita muita atenção, para não construir frases como estas: "O lápis és meu", ou "Ele és português". Isso seria uma confusão com a 3ª pessoa do verbo ser em espanhol, é claro.
Quais são as frases correctas?
O lápis é meu e Ele é português
E se conhecerem um menino ou menina da vossa idade, podiam fazer-lhe estas perguntas, por exemplo:
De onde é que tu és? ouTu és de Lisboa? (ou de Elvas, de Coimbra...)
Também se pode dizer sem o pronome pessoal tu: De onde é que és?
A Madeira, meninos e meninas, não é um país, é uma parte do território português, como o arquipélago dos Açores, que poderão ver amanhã, quinta-feira, no blogue. Vamos ler.
A ilha da Madeira é a ilha principal (740,7 km²) do arquipélago português com o mesmo nome, situado no Oceano Atlântico a oeste da costa africana (Marrocos), e que constitui conjuntamente com Porto Santo, as Ilhas Desertas e as Ilhas Selvagens a Região Autónoma da Madeira.
A capital da ilha e da região autónoma é a cidade do Funchal.
A ilha da Madeira é de origem vulcânica, o seu clima é subtropical com extensa flora exótica, economicamente é amplamente voltada para o turismo.
A cidade do Funchal, principal centro urbano e porto da ilha, situa-se na costa sul e dista cerca de 660 km da costa africana, 980 kmde Lisboa, 400 km da Gran Canaria, e 880 km da Ilha de Santa Maria, a mais próxima do arquipélago dos Açores. A ilha tem um comprimento máximo (oeste-este) de 55 km e uma largura máxima (norte-sul) de 24 km.
Nota. Cuidado com a palavra largura, que em espanhol é "anchura". E comprimento seria como "longitud".
Já vimos há pouco na sala de aula, e também está no blogue, que o português não tem a letra ñ, mas conhece o som por ela representado. E custa, ao início deixar de escrever ñ, mas reparem que esta letra só existe na língua espanhola.
Os portugueses não precisam de uma tecla especial no computador para escreverem o nome do nosso país, por exemplo, e quando o fazem à mão, que "grande esforço", duas letras... Pois é!, duas: nh (o ene mais o agá).
Há muitas palavras com nh: caminho, vizinhos, cozinha, estranho, tamanho, montanha, pinheiro... e claro, muitíssimas com o diminutivo -inho: cafezinho, cãozinho, manhãzinha, etc.; e até se pode dizer em português obrigadinho, e obrigadinha, claro, que é como dizer "muito obrigado/a".
A desenhadora (ou desenhista) e designer gráfica Paula Maestro nasceu em São Paulo, uma cidade que fica no Brasil. Isso quer dizer que ela é brasileira. Essa é a nacionalidade dela. Lembram-se das nacionalidades que vimos na primeira unidade do livro? Português / portuguesa, espanhol / espanhola, alemão / alemã, francês / francesa, italiano / italiana, grego / grega...
São Paulo é uma cidade tão grande, tão grande, que é a sexta maior do planeta. Noutra mensagem veremos um dia algumas fotografias desta cidade e saberemos alguma coisa dela.
Já sabem que o número 2 (dois) em português tem 2 (duas) formas. Não se esqueçam. Com palavras masculinas diz-se dois; com palavras femininas, duas. Custa um bocadinho, mas devem pôr atenção.
A palavrahoras, pelo facto de ser feminina, obriga-nos a dizer assim: São dez para as duas (13:50 h). São duas horas (14:00 h). São duas e um quarto(14:15), etc. Nunca devem dizer "São dois horas", ou "Tenho dois irmãs", ou "Vou comprar dois canetas", por exemplo.
O que acham desta Carta de um escritor africano anónimo que encontrei na internet?
Meu irmão branco...
Quando eu nasci, eu era negro.
Quando eu cresci, eu era negro.
Quando eu apanho sol, eu sou negro.
Quando eu estou com frio, eu sou negro.
Quando eu estou com medo, eu sou negro.
Quando eu estou doente, eu sou negro.
Quando eu morrer, eu serei negro.
E você, Homem Branco, quando você nasceu, era rosa.
Quando você cresceu, era branco.
Quando você vai apanhar sol, fica vermelho.
Quando você fica com frio, fica roxo.
Quando você está com medo, fica branco.
Quando você fica doente, fica verde.
Quando você morrer, ficará cinza.
Não percebo como depois de tudo isto, Homem Branco, você ainda tem o desplante de me chamar homem de cor!?
Lemos na Wikipédia que a Proclamação daRepública Portuguesa foi o resultado da Revolução de 5 de Outubro de 1910 que naquela data acabou com a monarquia em Portugal.
É por isso que, como recordação daquele dia, o 5 de Outubro é feriado no país vizinho. Mas, se reparam na data, este ano é especial. Este país celebra 100 anos de República.
Podem clicar aqui para saberem mais um pouco da implantação desta forma de governo em Portugal.
Ninguém se vai esquecer (= "olvidar") destas palavras. Continuamos com os falsos amigos. Onde é que se bebe água em Portugal? Num vaso? Não, não, não... Os vasos portugueses são para outra coisa...
Isto é umvasocom uma planta.
E isto é um copode sumo de laranja. Podia ter sido um copo de água, mas tanto faz o que está lá dentro. Continuaria a ser um copo...
E então, como é que se diz essa palavra...? O que em espanhol dizemos "copos" (de neve, de cereais para o pequeno-almoço). Isso são flocos.
Flocosde neve a cair neste parque (Foto: Rui Carvalho)
O poeta e cantor brasileiro Vinicius de Moraes escreveu um livrinho com 32 poemas, quase todos com bichos como protagonistas. Depois, vieram a música e os cantores, e lá temos um disco duplo, A Arca de Noé.
Cá temos uma dessas canções, mas sem bicho. Canta o grupo Boca Livre. O que acham desta casa? Quem tiver irmãos pequeninos, pode mostrar.
A CASA
Era uma casa muito engraçada,
não tinha teto, não tinha nada.
Ninguém podia entrar nela, não,
porque na casa não tinha chão.
Ninguém podia dormir na rede
porque na casa não tinha parede.
Ninguém podia fazer pipi
porque penico não tinha ali.
Mas era feita com muito esmero
na rua dos bobos numero zero.