Bairro de Alfama e Rio Tejo em Lisboa

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Umas figurinhas de Pedro Hamdan




Umas figurinhas do ilustrador brasileiro Pedro Hamdam. Esse é o nome que ele dá a estes desenhos.

Podem clicar neles para que possam ver a um tamanho maior estes desenhos.




segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Um domingo com adivinha



Vamos ver se vocês são capazes de adivinhar esta adivinha...


Quando o domingo vem antes do sábado?


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

nh (ene agá) em português = ñ em espanhol



Embora vocês já saibam qual é o som destas duas letras, nh (ene agá), exactamente igual que a letra ñ em espanhol, esquecem-se de o pronunciar às vezes e o lêem como n. Isso não pode ser. É preciso um bocadinho de atenção e praticar! Vamos ler algumas palavras com nh.

Para começar, temos o nome do nosso país, Espanha, e depois, os nascidos nele são: um espanhol, uma espanhola, uns espanhóis, umas espanholas.

Vejamos mais algumas palavras: aranha, banho, caminho, castanha, dinheiro, estranho, focinho, galinha, ganhar, manhã, minha, montanha, ninho, pinheiro, sonhar, tamanho, unha, vizinho...

E os diminutivos? Montes deles, e também com nh: casinha, menininho, rapariguinha, cafezinho, baixinho, cadeirinha, bifinho...

Então, melhor agora?



quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Isto é um rato português

 


É frequente os alunos espanhóis de português dizerem ou escreverem "Estudo um rato", "Vejo televisão um rato", "Brinco um rato com os amigos"...

Mas o que é um rato em português? Estão a ver a gravura? Lá isso é um rato em português, e, como podem comprovar, não tem nada a ver com um pequeno espaço de tempo, como acontece em espanhol.

E quando usamos o computador, temos aí à mão outro rato (este, tradução do inglês mouse, como sabem), porque os computadores vêm do mundo anglosaxónico.

Não se esqueçam, pois:

rato (em português)
= s. m., Zool., pequeno mamífero roedor da família dos murídeos.

E como dizemos, então, o que dizemos em espanhol com essa palavra "rato"? É assim: um pouco, e usa-se muito um bocado. Vou estudar um pouco/um bocado (é melhor que seja mais tempo do que esse...). Brinco um pouco/um bocado com os amigos.






quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A Tia Miséria

El peral de la tia Miseria, ilustração de osobandido_dtuvsu


A Tia Miséria

Havia no princípio do mundo uma velhinha muito pobre e muito infeliz: era conhecida pela Tia Miséria. Só possuía uma casinha arruinada e uma pereira defronte da porta. Tudo sofria com paciência e resignação, mas só uma coisa não desculpava, nem perdoava: que os garotos subissem à pereira e lhe comessem as pêras. Era capaz de dá-las todas sem provar uma, mas indignava-se contra os que lhas roubavam.

Uma noite bateu-lhe à porta um pobrezinho; correu a abri-la e deu ao pobrezinho a migalha de pão que reservava para si. No dia seguinte despediu-se o pobre e disse-lhe que pedisse o que quisesse.

Só peço que as pessoas que subirem à minha pereira não possam descer sem o meu consentimento – respondeu a velhinha.

- Assim será – respondeu o mendigo.

No outro dia, quando saiu à rua, encontrou três garotos em cima da pereira.

- Ó Tia Miséria, perdoe-nos pelo amor de Deus! Tire-nos daqui, não podemos descer.

- Ah! Pois vocês diziam que não eram os ladrões das minhas pêras! Por esta vez, vá. Se lá voltarem hão-de ficar aí muitos anos.

E os garotos desceram e não mais voltaram à pereira.

Um dia de manhã, entrou-lhe em casa uma mulher de horrendo aspecto, vestida de negro e armada de foice, com as asas negras nos ombros e nos pés.

- O que me quer? - Perguntou a Miséria a tremer.

- Sou a Morte: venho buscar-te.

- Já? Pois nem ao menos me dá um ano de espera?

- Não pode ser - respondeu a Morte.

- Faça-me ao menos um favor: suba à minha pereira e colha-me a última pêra que me resta. Quero comê-la, visto que é a última.

A Morte subiu à pereira, colheu a pêra, mas não pôde descer. Pôs-se a chamar a velhinha. Esta respondeu: “Tem paciência, aí ficarás para todos os séculos. És má, tens feito muitas desgraças, roubando muitos pais aos seus filhos pequeninos...”

E a Morte ficou em cima da pereira.

Passados dias tinha a velhinha em frente da sua porta um exército, composto de padres que se queixavam de que não havia enterros, de escrivães que se lastimavam de não ter inventários, de delegados que se doíam de não fazer promoções orfanológicas, de juízes que se queixavam de não receber emolumentos das reuniões dos conselhos de família, das presidências nos actos de licitações e das sentenças em demarcações, enfim, de todos aqueles indivíduos que vivem da morte do próximo. Todos pediam à velhinha que autorizasse a Morte a descer da pereira, mas a velhinha respondia: “ Não quero, não quero e não quero”.

Falou então a Morte do alto da pereira e fez com a velhinha um contrato: poupar-lhe a vida enquanto o mundo fosse mundo. A velhinha consentiu e a Morte desceu. Por isso enquanto o mundo for mundo a Miséria existirá sobre a Terra.


Conto tradicional português, recolhido por Ataíde Oliveira.



terça-feira, 21 de setembro de 2010

Algumas adivinhas



Lá isso é, uma adivinha é una adivinanzal. Vamos ver se conseguem adivinhar as seguintes. Se não conhecem a palavra portuguesa, vocês dizem em espanhol, e o professor depois escreve no quadro em português: desta maneira aprendem novas palavras desta língua. São muito fáceis. Vamos lá adivinhar!


Altos castelos, lindas janelas, abrem e fecham, ninguém mora nelas.

Dois irmãos do mesmo nome, vão marchando com afinco, mas um dá sessenta passos, enquanto o outro dá cinco.

É bom para se comer, mas não se come assado nem cru, nem cozinhado, o que é? 

É muito bom para o pequeno almoço e também para o lanche, se queres crescer muito também o bebes ao deitar-te.

Em si a lua se espelha e o sol reflecte também, quando a gente se aproxima olhando-a nos vemos bem. 

Faço os olhos bonitos e os coelhos são doidos por mim, cresço de pé e sirvo para pratos sem fim. 

Foi feita para impedir, também para deixar passar, meu dono pode-me abrir que esse nunca vai roubar.

Não sou bonito por trás, mas sou bonito pela frente, pois estou sempre a mudar, porque imito muita gente.

O que é, que é que quanto mais rota está, menos buracos tem?


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Obrigado / Obrigada



Chama a atenção dos alunos espanhóis as palavras portuguesas usadas para agradecer, (muito) obrigado/a, por dois motivos: a palavra que recorda tanto a espanhola "obligado/a" e a forma que varia conforme a pessoa seja do sexo masculino ou feminino.

Mas é assim, meninos e meninas. O João dirá Obrigado ou Muito obrigado, e a Paula dirá Obrigada ou Muito obrigada. A resposta que devemos dar em português é fácil: De nada.

Ah, esquecia-me (= "me olvidaba"): outra maneira de dizer muito obrigado/a em português é esta: Obrigadinho ou Obrigadinha, e ainda tem um valor afectivo para com a pessoa a que agradecemos.





sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Isto são dois cachos




Vejam bem: um cacho de uvas e um cacho de bananas. De certeza que já não se esquecem do que é um cacho em português. Essa palavra não tem nada a ver com 'pedaço', 'fragmento', 'coisa pequena'... É um falso amigo.

Como já sabem, os falsos amigos (ou falsos cognatos) são palavras iguais ou muito semelhantes em duas línguas, mas que possuem significados totalmente diferentes. Em espanhol e em português há muitas destas palavras. Cá temos um bom exemplo. Haverá mais.








quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Olá para toda a gente!

Gif de Paco Venecia

Bom, o macaco não diz Como estás?, mas não faz mal (= "no importa"). Olá é um cumprimento básico para que os alunos do 1º ano aprendam e usem quando for preciso. Olá, tudo bem?


Mais uma coisa: o acento de Olá é agudo (´) e não grave (`), como se vé em cima.





Bem-vindos à Escola

 

 

Começa o ano lectivo 2010-2011. Vamos lá aprender português, meninos e meninas!





sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Menina, estás à janela (Vitorino)

Fotografia de Paulo Roberto Barbosa


Menina, estás à janela é uma canção portuguesa de origem popular, arranjada e cantada pelo cantor alentejano Vitorino. É uma canção muito simples (cuidado com esta palavra, em espanhol é "sencilla") e muito bonita, e também muito conhecida em Portugal.


MENINA, ESTÁS À JANELA

Menina, estás à janela
com o teu cabelo à lua,
não me vou daqui embora
sem levar uma prenda tua.

Sem levar uma prenda tua,
sem levar uma prenda dela,
com o teu cabelo à lua,
menina, estás à janela.

Os olhos requerem olhos,
e os corações, corações;
e os meus requerem os teus
em todas as ocasiões.

Menina, estás à janela
com o teu cabelo à lua,
não me vou daqui embora
sem levar uma prenda tua.

Sem levar uma prenda tua,
sem levar uma prenda dela,
com o teu cabelo à lua,
menina, estás à janela.





quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Ou isto ou aquilo (Cecília Meireles)





Um poema da brasileira Cecília Meireles, umas das vozes líricas mais importantes das literaturas de língua portuguesa.


Ou isto ou aquilo

Ou se tem chuva ou não se tem sol,
ou se tem sol ou não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
Quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo dinheiro e não compro doce,
ou compro doce e não guardo dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.


Nota. Cuidado com a palavra "brinco", do verbo brincar, que é um falso amigo: significa "(yo) juego".



terça-feira, 7 de setembro de 2010

Duas lengalengas

 


Para quem não sabe o que é uma lengalenga bastaria com ler as que estão lá em baixo, mas vamos recordar: uma lengalenga é um texto com frases curtas –que normalmente rimam– e muitas repeti­ções, que ajudam a decorá-lo (cuidado com este falso amigo!, em espanhol dizemos "aprenderlo de memoria") com facilidade. Normal­mente, às lenga­lengas estão associados brinca­deiras e jogos muito divertidos feitos em grupo.


Tão balalão,
cabeça de cão,
cozida e assada
no caldeirão.


* * * * *


Sola, sapato,
rei, rainha,
foi ao mar
buscar sardinha
para a mulher
do juiz,
que está presa
pelo nariz;
salta a pulga
na balança
que vai ter
até à França.
Os cavalos
a correr,
as meninas
a aprender.
Qual será
a mais bonita
que se vai
esconder?



segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Frutos (Eugénio de Andrade)



Sempre gostei da palavra portuguesa tangerina, que nos faz pensar na cidade marroquina de Tânger, de onde chegavam a Portugal as laranjas tangerinas, finalmente só tangerinas.

Neste breve poema do português Eugénio de Andrade aparece muito vocabulário de fruta, e também as tangerinas, claro. Esta fruta tem um óptimo sabor, mas o poeta olha para ela também como palavra, porque gosta do som dela, de a pronunciar... esse "aroma das sílabas". A palavra cor tem, em português, género feminino, como também acontecia antigamente no castelhano, em que se dizia "la color".


FRUTOS

Pêssegos, pêras, laranjas,
morangos, cerejas, figos,
maçãs, melão, melancia,
ó música de meus sentidos,
deixai-me agora falar
do fruto que me fascina,
pelo sabor, pela cor,
pelo aroma das sílabas:
tangerina, tangerina.


sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Criancas! Mussulo, Luanda, Angola

Fotografias de Kostadin Luchansky



O cenário destas duas fotografias de Kostadin Luchansky é a ilha de Mussulo, ao sul de Luanda, a capital de Angola, país africano em que o português é língua oficial.



quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Brasília

Fotografia de Xavier Donat

A capital do Brasil não é o Rio de Janeiro, mas Brasília, uma cidade muito, muito nova, tem 50 anos apenas. O símbolo de Brasília é este: a Sé de Oscar Niemeyer. Na praça de acesso ao templo, encontram-se quatro esculturas em bronze com três metros de altura, representando os evangelistas.




Inaugurada em 21 de abril de 1960, pelo então presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, Brasília é a terceira capital do Brasil, após Salvador e Rio de Janeiro. O plano urbanístico da capital, conhecido como "Plano Piloto", foi elaborado pelo urbanista Lúcio Costa.

Brasiliense é o nome que se dá a quem nasceu em Brasília, mas geralmente usa-se a palavra candango.

Texto e fotografia de Pedro Lacerda.



quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Lisboa

Elevador da Bica, Lisboa (Fotografia de Stjepan Felber)


A ponte 25 de Abril (Fotografía de Txemi López)