Bairro de Alfama e Rio Tejo em Lisboa

terça-feira, 30 de novembro de 2010

No comboio descendente (Fernando Pessoa)



Os versos são do poeta português Fernando Pessoa e a música e a voz são do cantor João Afonso. Que grande alegria neste comboio, não acham?


No comboio descendente
Vinha tudo à gargalhada.
Uns por verem rir os outros
E outros sem ser por nada.
No comboio descendente
De Queluz à Cruz Quebrada...

No comboio descendente
Vinham todos à janela,
Uns calados para os outros
E os outros a dar-lhes trela.
No comboio descendente
De Cruz Quebrada a Palmela...

No comboio descendente
Mas que grande reinação!
Uns dormindo, outros com sono,
E outros nem sim nem não.
No comboio descendente
De Palmela a Portimão.


Notas

vinha / vinham = venía / venían

tudo = todos, todo el mundo ("toda a gente", diz-se também em português)

à gargalhada = (riéndose) a carcajadas

dar trela a = (fam.) dar cuerda a 

reinação = juerga



segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Meninos de Cabo Verde

Ilha de Santiago, Praia


Ilha de Santo Antão, Ponta do Sol


Cabo Verde é um arquipélago composto por nove ilhas. Hoje temos aqui fotografias de duas delas, a ilha de Santiago e a de Santo Antão.

(Autor: Marco Paoluzzo)



sábado, 27 de novembro de 2010

Um tucano





Fotografias de Miriam Cardoso de Souza

A natureza do Brasil é prodigiosa. Eis uma pequena amostra. Este é um tucano de bico amarelo. Em próximas mensagens veremos pássaros de cores incríveis, e mais. Lembram-se dos passarinhos desta canção, Passaredo?

O tucano na Wikipédia


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Capuchinho Vermelho

Desenho de Tiago Lobo Pimentel

Era uma vez uma menina tão bonita como não havia outra; a mãe gostava muito dela, e a avó mais ainda. Tinham-lhe mandado fazer uma capinha vermelha com um capuchinho, que lhe ficava tão bem que toda a gente lhe chamava Capuchinho Vermelho.

Certo dia, a mãe fez um bolo e disse-lhe:

— Vai saber da avozinha, porque me disseram que está doente; leva-lhe este bolo e este boiãozinho de manteiga.

O Capuchinho Vermelho partiu logo para ir visitar a avó, que morava noutra aldeia. Ao passar pela floresta encontrou o lobo (que estava resolvido a comê-la, mas não se atreveu por causa dos lenhadores que andavam a cortar árvores), que lhe perguntou onde ia. A menina, que não sabia como era perigoso parar no caminho para falar com um lobo, respondeu:

— Vou visitar a minha avó e levar-lhe um bolo e um boiãozinho de manteiga que manda a minha mãe.
— E ela mora longe? — perguntou o lobo.
— Ah!, mora — respondeu o Capuchinho Vermelho. — Fica para além daquele moinho que se avista lá muito adiante; na primeira casa da aldeia.
— Muito bem — disse o lobo. — Também quero ir fazer-lhe uma visita. Eu vou por aqui, e tu vais por ali. Veremos quem chega primeiro.

O lobo deitou a correr pelo caminho mais curto e a menina foi pelo caminho mais comprido, entretendo-se a apanhar avelãs, a correr atrás das borboletas e a fazer raminhos com as flores que encontrava.

O lobo não levou muito tempo a chegar a casa da avó. Bateu à porta: truz! Truz!

— Quem é? — perguntou a avozinha.
— Sou a sua netinha Capuchinho Vermelho — disse o lobo, disfarçando a voz. — Trago-lhe um bolo e um boiãozinho de manteiga que manda a minha mãe.

A boa avozinha, que estava de cama com uma constipação, gritou:

— Pega na aldraba e levanta o fecho.

O lobo pegou na aldraba e a porta abriu-se.

Atirou-se à avó e já se preparava para a comer num abrir e fechar de olhos, porque havia mais de três dias que não comia nada, quando a avó, muito assustada, fugiu e foi esconder-se no armário, fechando a porta por dentro.

O lobo apanhou a touca e os óculos da avó, pôs ambas as coisas e meteu-se na cama à espera do Capuchinho Vermelho, que dali a pouco veio bater à porta.

Truz! Truz!

—Quem é? — perguntou o lobo, mas já à espera do Capuchinho Vermelho.

O Capuchinho Vermelho, que ouvira a voz grossa do lobo, assustou-se, mas, julgando que a avó estivesse constipada, respondeu:

— Sou a sua netinha Capuchinho Vermelho. Trago-lhe um bolo e um boiãozinho de manteiga que manda a minha mãe.

O lobo disse, com uma voz muito meiga:

— Pega na aldraba e levanta o fecho.

O Capuchinho Vermelho pegou na aldraba e levantou o fecho, e a porta abriu-se.

O lobo, ao vê-la entrar, disse-lhe, escondendo-se debaixo do cobertor:

— Põe o bolo e o boiãozinho de manteiga em cima da arca e vem deitar-te ao pé de mim.

O Capuchinho Vermelho tirou a capa e ia meter-se na cama, quando olhou muito admirada para a avó e perguntou:

— Avó, porque tem uns braços tão grandes?
— São para te abraçar melhor, minha neta!
—Avó, porque tem umas pernas tão grandes?
— São para correr melhor, minha neta.
— Avó, porque tem as orelhas tão grandes?
— São para te ouvir melhor, minha neta.
— Avó, porque tem uns olhos tão grandes?
— São para te ver melhor, minha neta.
— Avó, porque tem uns dentes tão grandes?
— São para te comer.

E, dizendo estas palavras, o lobo mau saltou da cama para comer o Capuchinho Vermelho. Mas a menina gritou, gritou tanto, tanto, que os lenhadores que andavam na floresta vieram a correr para lhe acudir. E deram uma tareia tão grande no lobo que ele fugiu a ganir, cheio de medo e nódoas negras.

Depois, os lenhadores abriram o armário, dentro do qual a avó, coitada, tinha desmaiado com o susto. Mas bastou molharem-lhe a testa com uma pinguinha de água fresca para ela abrir os olhos e ficar logo boa.

O Capuchinho Vermelho abraçou-se à avó e prometeu que nunca mais queria conversas com o lobo. E ambas comeram o resto do bolo. O resto, sim, porque primeiro a avó tinha, cortado umas poucas de fatias para oferecer aos lenhadores que as tinham livrado daquele grande perigo.

(Retirado daqui)


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Longe dos olhos

Fotografia de Alice Albuquerque 


Vejam lá uma adivinha muito fácil... Qual é o provérbio espanhol que se corresponde com este provérbio português?


Longe dos olhos, longe do coração.



É isso, aquilo que não vemos, é fácil que não nos toque nos sentimentos, no coração.





sábado, 20 de novembro de 2010

O pato (João Gilberto)



O cantor brasileiro João Gilberto canta esta canção tão engraçada, uma brincadeira, O pato. Gostam?


O PATO

O Pato
Vinha cantando alegremente
Quém! Quém!
Quando um Marreco
Sorridente pediu
Prá entrar também no samba
No samba, no samba...

O Ganso, gostou da dupla
E fez também
Quém! Quém! Quém!
Olhou pro Cisne
E disse assim:
"Vem! Vem!"
Que o quarteto ficará bem
Muito bom, muito bem...

Na beira da lagoa
Foram ensaiar
Para começar
O tico-tico no fubá...

A voz do Pato
Era mesmo um desacato
Jogo de cena com o Ganso
Era mato
Mas eu gostei do final
Quando caíram n'água
E ensaiando o vocal...

Quém! Quém! Quém! Quém!
Quém! Quém! Quém! Quém!
Quém! Quém! Quém! Quém!
Quém! Quém! Quém! Quém!...


Um marreco mandarim



As bocas do mundo

Fotografia de João Madureira


AS BOCAS DO MUNDO

Era uma vez um homem muito velho que tinha na sua companhia um neto, filho de uma sua filha já falecida, como falecido era o marido desta. Teve o velho de ir a uma feira vender um jumento e como o neto era rapazola muito turbulento, não o quis deixar sozinho em casa, e levou-o consigo. O jumento era já adiantado em anos e o velho para não o estropiar resolveu levá-lo adiante, caminhando a pé avô e neto. Passaram a um lugar onde estava muita gente a brincar na estrada.

– Olhem aqueles brutos! Vão a pé atrás do burro que se não dá da tolice dos donos.

O velho disse ao neto que se pusesse em cima do burro.

Mais adiante passaram próximo doutros sujeitos que se puseram a dizer:

– O mariola do garoto montado, e o velho a pé; o que um tem de esperto tem o outro de bruto. O velho então mandou apear o neto e ele montou- se no burro.

Mais adiante começaram a gritar:

– Olhem o velho se é manhoso! A pobre da criança a pé e ele repimpado no burro.

– Salta para cima do burro – ordenou o velho ao neto.

O garoto não esperou que o avô repetisse a ordem e lá foram os dois sobre o jumento. Andaram assim alguns passos e logo viram muita gente sair-lhes à estrada, cheia de indignação e gritando ameaçadora:

– Infames! Criminosos! Canalhas! Matar o animalzinho com o peso de dois alarves, podendo ir a pé.

O velho e a criança foram obrigados a descer do burro.

Então disse o avô ao neto:

– É para que saibas o que são as línguas do mundo: preso por ter cão e preso por o não ter.


José Gomes Ferreira, Contos Tradicionais Portugueses




sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Amira


Amira é uma menina da turma de 1º D da nossa escola. O pai dela é palestiniano e fala árabe. O que significará o nome da vossa colega?

Amira é um nome feminino árabe (em árabe أميرة, Amīra) que literalmente significa "princesa".

É bonito, não é? Ah, uma coisa curiosa. O árabe é uma língua que tem outro alfabeto, como podem ver; mas sabiam que esta língua se escreve, e se lê, claro, da direita para a esquerda?


Ditongos -ue- e -ie- em espanhol, vogais -o- e -e- em português


Esta lâmpada diz-nos que temos mais uma dica ("indicação ou informação útil") para que todos vocês aprendam sem esforço muitas palavras portuguesas a partir das correspondentes palavras espanholas.

Quase todas as palavras espanholas que têm um ditongo ue, têm um o em português:

el cuento = o conto
la puerta = a porta
el puerto = o porto
la vuelta = a volta
nuevo/a = novo/a

    E muitas palavras mais...

    E quase todas as palavras espanholas que têm um ditongo ie, têm um e em português:

    el viento = o vento
    el tiempo = o tempo
    el invierno = o inverno 
    la nieve = a neve
    siempre = sempre


      E também aqui, muitas palavras mais...

      É facil ou não é? É so pôr um bocadinho de atenção. Estas semelhanças são coisas do latim, a língua mãe do português e do espanhol.



      quinta-feira, 18 de novembro de 2010

      sexta-feira, 12 de novembro de 2010

      Galos de Barcelos nas ruas de Badajoz









      Nos dias 25 a 28 deste mês de Novembro celebra-se a XXI Feria Hispano-Portuguesa de Badajoz. Por enquanto (= "por ahora"), temos estes galos de Barcelos pelas ruas da capital. Bem, estes são dois que se podem ver na Plaza de España, mas há mais. Quantos é que vocês já viram?

      E este galo de onde é que vem? Onde nasceu? Tem algum significado? Amanhã, sábado, explicamos aqui. Não percam!



      O mundo não é justo - Calvin & Hobbes



      Calvin and Hobbes (Calvin & Hobbes em Portugal, Calvin e Haroldo no Brasil) é uma série de Banda Desenhada (História em Quadrinhos no Brasil) criada, escrita e ilustrada pelo autor norte-americano Bill Watterson e publicada em mais de 2000 jornais do mundo inteiro entre 1985 e 31 de dezembro de 1995, tendo ganho em 1986 e 1988 o Reuben Award, da Associação Nacional de Cartunistas dos EUA.

      Calvin é um garoto de seis anos de idade cheio de personalidade, que tem como companheiro Hobbes, um tigre sábio e sardónico, que para ele está tão vivo como um amigo verdadeiro, mas para os outros não é mais que um tigre de peluche (pelúcia no Brasil). 






      quinta-feira, 11 de novembro de 2010

      XXVII Festa do castanheiro em Marvão


      Nos dias 12,13 e 14 de Novembro celebra-se a Festa do castanheiro em Marvão. Para aqueles que não conheçam esta terra alentejana é uma óptima oportunidade. Peçam aos pais para vos levarem lá  no domingo, por exemplo. Não é muito longe. Alguém de vocês já provou doces de castanhas? Ai, estão tão bons...

      Marvão é chamada Ninho de águias pela grande altitude a que se encontra. De lá podem ver muitos kilómetros até ao horizonte: terras de Portugal e também terras de Espanha.

      Para mais pormenores, façam o favor de clicarem na página da Câmara Municicipal de Marvão)


      Marvão (Fotografia de Manuel Maia). Lá ao fundo, ao fundo, é a província de Cáceres


      terça-feira, 9 de novembro de 2010

      Moçambique

      Moçambique



      Zavora, Moçambique


      Fotografias de Félix H.




      segunda-feira, 8 de novembro de 2010

      O dia de S. Martinho contado por um menino


      Esta é a lenda de S. Martinho contada por um menino. Muito breve, como podem ver. Vocês sabiam?


      LENDA DE SÃO MARTINHO
      O porquê do "Verão" de S. Martinho

      O dia de S. Martinho comemora-se no dia 11 de Novembro.
      Diz a lenda que quando um cavaleiro romano andava a fazer a ronda, viu um velho mendigo cheio de fome e frio, porque estava quase nu.
      O dia estava chuvoso e frio, e o velhinho estava encharcado.
      O cavaleiro, chamado Martinho, era bondoso e gostava de ajudar as pessoas mais pobres. Então, ao ver aquele mendigo, ficou cheio de pena e cortou a sua grossa capa ao meio, com a espada.
      Depois deu a metade da capa ao mendigo e partiu.
      Passado algum tempo a chuva parou e apareceu no céu um lindo Sol.

      1º ano Sala 7, E.B.1 - Nº2 da Rinchoa.

      (Retirado de Malha Atlântica)


      sábado, 6 de novembro de 2010

      "Água na fonte de cristal..."

      Fotografia de C. A. P. Parchen


      Água na fonte de cristal,
      não durmas, acorda,
      não me faças mal.


      (Palavras para acordar a água - que dorme de noite e deve aproximar-se da lua e abanar-se)
      Guimarães

      Notas. acorda (falso amigo) = esp. "despierta"; não me faças mal = esp. "no me hagas daño". Guimarães é uma cidade do Norte de Portugal.


      sexta-feira, 5 de novembro de 2010

      É tempo de castanhas


      Como hoje na sala de aula a Leitora nos falou do dia 11 de Novembro, já falta muito pouco, esta mensagem serve para que vocês não se esqueçam (= "vosotros no os olvidéis).



      O Dia de S. Martinho comemora-se a 11 de Novembro. Neste dia, em Portugal, assam-se as castanhas e prova-se o vinho novo.

      A tradição manda que o dia de S. Martinho se festeje com castanhas, água-pé (para os mais crescidos), uma fogueira para saltar (quem quiser) e bom convívio.

      O "Verão" de S. Martinho também é conhecido por "Verão dos Marmelos" (em espanhol = membrilllos)

      O magusto é a festa em que se assam as castanhas (que se recolhem nesta altura) e se convive. Tem a ver com o momento em que, depois da vindimas, nos meses de Setembro e Outubro, o vinho está pronto e se prova.

      A castanha é um fruto que vem de uma árvore: o castanheiro. Um conjunto de castanheiros chama-se souto.

      A castanha está na árvore protegida por uma bola cheia de picos que se chama "ouriço". Quando chega o Outono, o ouriço abre e deixa cair a castanha no chão.

      Antes de a batata chegar à Europa e se espalhar por todo o lado (séc. XVII), a castanha era a base da alimentação, especialmente no campo.

      Pode cozer-se, assar-se, fazer-se em puré, fazer-se sopa com ela, doce, etc.

      (Dados retirados de Junior. Texto Editora)


      Castanhas assadas. "Quentes e boas..."


      Não sou daqui (Amélia Muge)



      Amélia Muge é uma cantora, instrumentista, compositora e escritora de letras para canções portuguesa nascida em Moçambique em 1952. Espero que gostem dela.

      NÃO SOU DAQUI

      Não sou daqui, mas gosto de aqui estar
      De aprender no lugar do outro a me encontrar
      De poder um lugar achar no estar aqui
      Desejar o lugar de todos neste lugar
      E saber, no lugar daqui, o meu lugar.


      quinta-feira, 4 de novembro de 2010

      Elvas - O cavaleiro que foi buscar o estandarte a Espanha

      Fotografia de Emílio Moitas

      Elvas tem por armas um homem a cavalo, armado com uma lança na mão direita da qual pende uma bandeira com as quinas de Portugal e em roda do escudo uma legenda. Essa legenda escrita em Latim tem como significado:

      “Guardai-nos Senhor como às pupilas dos Vossos olhos”.

      Diz a lenda que a origem destas armas foi o feito heróico do cavaleiro Gil Fernandes de Elvas que havia decidido ir a Badajoz e de lá trazer a bandeira real. Assim o fez. Mas, vindo uma multidão de cavaleiros castelhanos atrás dele, os cavaleiros de Elvas não abriram as portas do castelo.

      Então Gil Fernandes disse:

      -“ Morra o homem e fique a fama!”.

      Levantando a bandeira por cima da muralha para dentro da cidade, fez frente aos inimigos. No entanto, morreu em desigual luta a matar castelhanos.

      Dizem outros que o cavaleiro não é Gil Fernandes, mas D. Sancho I, no acto de tomar Elvas aos Mouros.

      Cíntia Nunes
      Raquel Baptista
      Isabel Real
      EB1 de Raposeira
      4º ano prof.: Sandra Sande

      (O texto foi retirado do mesmo lugar onde encontrámos a fotografia, na página do Flickr de Emílio Moitas)


      O que são as quinas de que se fala lá em cima? As quinas são "Cada um dos cincos escudos que entram nas armas de Portugal." Vejam a bandeira portuguesa:





      terça-feira, 2 de novembro de 2010

      Polvo e salsa

       Isto é um polvo


      Por isso podemos ler nas ementas de alguns restaurantes portugueses que há salada de polvo.


      Isto são umas folhinhas de salsa


      É por isso que não podemos molhar o pão numa salsa portuguesa: faz-se no molho (sabem o nome espanhol desta planta?)