Bairro de Alfama e Rio Tejo em Lisboa

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Bem-vindos a 2014!



Bem-vindos todos, meninos e meninas, a mais um ano: 2014. Foi bom o Pai Natal? Os Reis Magos? Foram bons os dois? Mais uma pergunta: aproveitaram o tempo para ler...?

As boas-vindas vêm acompanhadas de duas fábulas, que como bem sabem, são composições, geralmente em verso, em que se narra um facto cuja verdade moral se oculta sob o véu da ficção. Há raposa nas duas, um animal muito esperto (cuidado aí!, é "listo", "espabilado"), mas numa das fábulas a raposa é enganada pelo mocho; na outra é ela que engana um homem.


A raposa e o mocho

Uma raposa passou por um souto e sentiu piar um mocho; disse ela para si:
– Ceia já eu tenho.
E foi muito sorrateira trepando pelo castanheiro em que estava piando o mocho, e filou-o.
O mocho conheceu a sorte que o esperava, e viu que não podia livrar-se da raposa sem ser por ardil. Disse então para ela:
– Ó raposa, não me comas assim como qualquer frango desses que furtas pelos galinheiros; tu também sabes andar à caça de altenaria, e é preciso que todos o saibam. Agora que me vais comer, grita bem alto:
«Mocho comi!»
A raposa levada por aquela vaidade, gritou:
– Mocho comi!
– A outro sim, que nenja a mim! replicou-lhe o mocho caindo-lhe de entre os dentes e voando pelo ar fora, livre do perigo.


Um mocho



A raposa no galinheiro

De uma vez uma raposa apanhou um buraquinho num galinheiro, entrou para dentro fazendo-se muito esguia, e depois que se viu lá, comeu galinhas à farta. Quando foi para sair estava com a barriga muito cheia, e por mais que fez não pôde passar pelo buraco. Viu-se perdida, porque já vinha amanhecendo. Por fim teve uma lembrança: Fingiu-se morta.
De manhã veio o lavrador e viu-a:
– Cá está ela. E que estrago que me fez!
Vai para lhe dar pancadas e matá-la, mas vê-a hirta, com a língua atravessada nos dentes e os olhos envidraçados:
– Poupaste-me o trabalho; morreste arrebentada. Foi bom.
E pegando-lhe pelas pernas atira-a para o meio da horta para a enterrar. A raposa assim que se viu fora do galinheiro, pernas para que te quero! botou a fugir pelos campos fora e fez do rabo bandeira. O lavrador deu a cardada ao dianho, e jurou que nunca mais se fiaria em raposas.




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