Bairro de Alfama e Rio Tejo em Lisboa

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

No meio do caminho (Carlos Drummond de Andrade)


O poeta brasileiro Carlos Dummond de Andrade recitando o famoso poema No meio do caminho em vídeo interpretado por Miguel Drummond, bisneto dele.

Hoje celebra-se no Brasil o Dia D, dedicado a este poeta.


NO MEIO DO CAMINHO

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.




Teatro apresentado pelos alunos do 7º Ano do Ensino Fundamental, na Semana Literária. Poema de Carlos Drummond Andrade - Tinha uma pedra no meio do caminho. Trabalho da professora Eliana, da E.E. Leopoldina Barros Drumond.



quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Flor (Almada Negreiros)


Turma dos sete instrumentos


Lembram-se de quando vocês começavam a pintar qualquer coisa com um lápis ou com os lápis de cor? Vamos ler uma história do artista e escritor português Almada Negreiros.


FLOR

Pede-se a uma criança. Desenhe uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém. Passado algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direcção, outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase não resistiu.

Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era demais.

Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: Uma flor!

As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor!

Contudo, a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas. Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!

Almada Negreiros




terça-feira, 29 de outubro de 2019

Um desenho de Ike Motta


O mesmo desenho a cores e na versão original, a preto e branco. O autor é brasileiro e chama-se Ike Motta. Há tantas coisas na cabeça dessa menina, estão a ver?




Tantas cores para pintar!



Tantas cores porque cor é uma palavra feminina em português. Os alunos do 2º ano lembram-se da canção "As cores"?




segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Lengalenga do senhor vento (Maria Alberta Menéres)


Mais uma vez, Maria Alberta Menéres, connosco.

Definição de lengalenga na Infopédia:

1. texto transmitido de geração em geração, constituído por palavras que geralmente rimam e com muitas repetições, conferindo-lhe um carácter musical que facilita a rápida memorização

2. narrativa monótona ou fastidiosa

E mais uma definição, no nosso blogue: "Para jogar aos polícias e ladrões: Aniki-Bébé"


LENGALENGA DO SENHOR VENTO

Andava o senhor vento
Um dia passeando
Encontrou a formiga:
- Senhor vento, que força!
Lá caí de barriga!

Andava o senhor vento
Pé ante pé na vinha
Quando avistou um cão:
- Senhor vento, que força!
fui de focinho ao chão!

Andava o senhor vento
A brincar pela rua
Quando viu uma cereja:
- Senhor vento, que força!
Não empurre que aleija!

Então o senhor vento
Foi para o alto do monte
E encontrou um moinho:
- Senhor vento, que bom!
Eu estava tão sozinho.

Maria Alberta Menéres



sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Quem é Manuel António Pina?


Para saber um bocado sobre Manuel António Pina (Sabugal, 18 de novembro de 1943 — Porto, 19 de outubro de 2012), jornalista, escritor, poeta, de quem há vários poemas no blogue.


"A sopa de letras"

"Coisas que não há que há"

"A cabeça no ar"



Uma volta de metro









Retrato de uma rapariga portuguesa nos anos 50



Retrato de uma rapariga portuguesa. Lisboa, anos 50.

© 2019 Fundação Portimagem




Футбол (Дейнека А. А.)


Alexandre Alexandrovich Deineka (em russo: Алекса́ндр Алекса́ндрович Дейне́ка - Kursk, 8 de maio de 1899 - Moscovo, 12 de junho de 1969), foi um pintor, artista gráfico e escultor soviético.





quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Alguém pode comprar alguma coisa aqui?


É claro que não! Numa tenda destas ninguem consegue comprar nada. Serve para dormir quando fazemos campismo.

Para comprar alguma coisa, por exemplo, roupa, devemos ir a uma loja:



A palavra loja no dicionário Priberam:

1. Estabelecimento de venda ou de comércio (ex.: loja de brinquedos)




Amar a leitura

Fotografia de Sara Nascimento


Encontrei isto num blogue português. Espero que gostem.


Textos produzidos por alunos do 6º ano da  Agrupamento de Escolas Campo Aberto – Escola E.B. 2/3 de Beiriz, numa Oficina de escrita (o 6º ano português equivale ao 6º ano de "Primaria" no nosso país)


Por que amo a leitura?

Eu amo ler porque gosto de vaguear nas letras que formam as palavras! Cada frase tem drama, terror, paixão e aventura! Sinto as palavras na minha cabeça! Quando leio, entro para a história, sou personagem, vivo a história! Sinto Magia quando abro um livro e quando acabo de o ler, vem outro, mais outro e outro, outro sem fim... até a minha prateleira ficar repleta e assim vou enchendo a minha vida de sonhos!

Helena Duarte, 6ºA

A leitura é muito essencial para a vida. Ajuda-nos a aprender diversas palavras e sentimentos. Há pessoas que não gostam de ler, mas devem fazer um esforço, pois o gosto vem com o hábito. Os livros são como a comida: "como é que eu sei que não gosto se não experimento?"
Eu amo ler e é graças à leitura que tenho uma imaginação fértil e criativa!
Amo a minha Biblioteca!

João Azevedo, 6ºA


BiblioBeiriz - Serviços de Biblioteca – Agrupamento de Escolas Campo Aberto – Escola E.B. 2/3 de Beiriz





quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Amizade


O elo que une os amigos e as amigas, chama-se amizade, e este é o título da fotografia de Raquel Pelicano, Amizade.





terça-feira, 22 de outubro de 2019

Três desenhos de Pedro Hamdan


Galante da fuzarca 


Gigante da colina 1 


Gigante de colina 2





segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Barqueiro, deita o barco ao rio...




Barqueiro, deita o barco ao rio,
Barqueiro, deita o barco ao mar,
mas olha que o barco vira,
lá no meio do Mira
e eu não sei nadar.


(Lido no blogue O mar no cancioneiro popular)



sexta-feira, 18 de outubro de 2019

"Pensar de pernas para o ar..." (Manuel António Pina)



Pensar de pernas para o ar
é uma grande maneira de pensar
com toda a gente a pensar como toda a gente
ninguém pensava nada diferente

Que bom é pensar em outras coisas
e olhar para as coisas noutra posição
as coisas sérias que cómicas que são
com o céu para baixo e para cima o chão

Manuel António Pina


Do seu livro O país das pessoas de pernas para o ar



Fotografia de Mark Cohen




quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Um desenho de Beto França

Vento é o título deste desenho de Beto França. Lá vai esse músico num dia de vento com a sua trompete e o seu guarda-chuva, e as folhas a voarem pelo ar...


Eduardo Gageiro



Um grande fotógrafo português, Eduardo Gageiro.





quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Menina a tocar viola


Esta menina está a tocar viola (reparem na palavra, viola, e que não há artigo: tocar viola, diferente de como nós dizemos "tocar la guitarra").

Há alunos do 1º ano que toquem este instrumento?

A fotografia é de Ian Watts.



Para algumas despedidas: adeus


ADEUS

Uma das maneiras básica de se despedir em português: adeus. Já vimos também até logo e até amanhã.

Lá isso é, adeus. Ou, em francês, adieu, espanhol, adiós, catalão, adeu, italiano, addio. Todas elas línguas románicas, procedentes do latim, daí as semelhanças.

São expressões elípticas cujo significado em latim era «recomendo-te a Deus», usadas no momento da despedida.


(Dicionário de origem das palavras, de Orlando Neves. Adaptado)



Atenção ao ç (cê-cedilha ou cê cedilhado)


Reparem bem nesse tracinho por baixo do c: a cedilha, porque a pronúncia dessa letra muda! Para além da parte gráfica, vamos clicar aqui.


Dicio.com.br










segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Cuidado com o plural de "azul"...

The beauty and the bass (t), fotografia de Y. Biberman


Bom, de azul, e de papel, pincel, capital, fatal, cachecol,...

Não há problema para fazer o plural das palavras terminadas em vogal: é só acrescentar um -s. Mas as palavras que terminam em -l, o que é que se passa com elas? Substituímos o -l final por -is.

Os olhos desta menina são, pois, azuis. Reparem e não se esqueçam!




Quando alguém agradece, o que se diz?

Muito fácil, como estão a ver: no Brasil, em Portugal, em Angola, etc. Não há problema nenhum para aprender a resposta, pois não?



sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Há 73 000 anos, um megamaremoto arrasou Cabo Verde

Foto de satélite da ilha do Fogo - NASA


Na página do OVGA (Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos Açores), lemos isto, proveniente de uma notícia do jornal Público:

Há 73.000 anos, um megamaremoto arrasou Cabo Verde

Um enorme colapso da parede do vulcão da ilha do Fogo gerou uma onda com 170 metros que transportou rochas com 700 toneladas para a ilha de Santiago.

Quem observa a ilha do Fogo a partir de uma fotografia de satélite, pode ver uma estranha forma em toda a zona Leste da grande caldeira da ilha de Cabo Verde. Esta forma resultou do colapso de parte do cone, há cerca de 73.000 anos.

De uma só vez, 160 quilómetros cúbicos de material terão caído para o mar. O resultado foi a criação de uma onda com 170 metros que se abateu 7,5 minutos depois na ilha de Santiago, a 55 quilómetros de distância. A energia da onda era tanta, que empurrou blocos de rocha com centenas de toneladas durante centenas de metros, ilha acima.

Continua no link



quinta-feira, 10 de outubro de 2019

A andar de baloiço


Com esta fotografia de Felipe Brasil aprendem a dizer andar de baloiço. e, de passagem,  andar de bicicleta.



Alguma vez jogaram aos matraquilhos?


Definiçao de matraquilhos no dicionário da Infopédia:

nome masculino plural
jogo de futebol de mesa, em que os jogadores impulsionam uma pequena bola, manuseando varões a que estão presos bonecos (jogadores) que representam as duas equipas; Brasil pimbolim, pebolim.


quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Palavras com qua- (espanhol cua-)



quatro
quarto (ordinal e substantivo)
qual/quais
quanto/quanta/quantos/quantas
quando
qualquer… 



O til nasal



Da página da Escola kids, retiramos estas palavras sobre o til nasal, que não é um acento.

Quando escrevemos usamos vários sinais diferentes, que modificam os sons das palavras. Um desses sinais é o “til”, que parece a letra s deitada (~).

O “til” é um sinal e não um acento.

Na língua portuguesa o “til” aparece em cima das vogais “a” e do “o”. Em outras línguas, pode aparecer em outras letras.

Não é correto fazer um til grande, que fique em cima de outras letras.

A vogal com o “til” se junta a outras letras nos seguintes casos: ã – ãs – ãe – ães - ão – ãos – ões – õe– õem.

O uso do “til” faz com que, ao lermos as palavras com esse sinal, elas tenham o som nasal, que sai pelo nariz e pela boca.





terça-feira, 8 de outubro de 2019

Isto é uma mão ou é o quê?



Guido Daniele é o autor desta obra. Uma mão que é, ao mesmo tempo, uma zebra!





"A pintura não é mais do que a literatura feita com pincéis..." (José Saramago)

Obra de Júlio Pomar, pintor português


A pintura não é mais do que a literatura feita com pincéis [...]. A humanidade começou a pintar muito antes de saber escrever.

José Saramago

No seu livro A História do Cerco de Lisboa.


José Saramago ( 1922 — 2010) foi um escritor português.

Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou, em 1995, o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.

(Wikipédia)








segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Não quero, não (Eugénio de Andrade)

Correndo a cavalo, de Eduardo Hanazaki


NÃO QUERO, NÃO

Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.

Quero um cavalo só meu,
seja baio ou alazão,
sentir o vento na cara,
sentir a rédea na mão.

Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.

Não quero muito do mundo:
quero saber-lhe a razão,
sentir-me dono de mim,
ao resto dizer que não.

Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.

Eugénio de Andrade


Podemos ouvir o poema em conta-me um conto que não contasses a ninguém.



Casas geminadas



A palavra geminado no dicionário da Infopédia

 3. diz-se de edifício que está encostado a outro por uma das paredes laterais.


E assim podemos dizer, por exemplo, "Eu moro numa casa geminada"



terça-feira, 1 de outubro de 2019

Chave, chegar, chamar-se, chamas,


Reparem nestas palavras. É fácil lembrar-se de como elas são em português. Na nossa língua estas palavras começam por ll-, e em português, como estão a ver, começam por ch- (cê agá).







O verbo chorar


O verbo chover