Este conto foi escrito por Clementina Braga para meninos portugueses mais pequenos do que vocês, alunos do 1º ano, mas acho que podem ouvir e ler esta história, não faz mal. Ouvem e, ao mesmo tempo, leem no vídeo. E para além disso, o texto fica cá em baixo...
O Pai Natal sofre um acidente. E agora?
Antes de mais, permitam que vos diga que estou a escrever em nome do velho Pai Natal e sou a sua rena guia, o Rodolfo.
Estão curiosos por saber a razão de ser eu a escrever-vos? Então eu vou contar.
Aqui, na casa do Pai Natal, nesta altura do ano, é uma grande confusão. Muitos duendes, o Urso Polar, algumas Focas, a Fada das Neves, a Estrela do Norte, as minhas companheiras renas, o Boneco de Neve muito friorento e muitos mais amigos que vêm ajudar.
Todas as divisões da casa estão repletas de embrulhos, de fitas e laços, de coisas doces, para serem distribuídas pelos meninos que, durante o ano, se portaram bem.
Ora acontece que, há cerca de um mês, o Boneco de Neve resolveu ir aquecer-se, ao pé da lareira. Já estão a imaginar o que aconteceu? Isso mesmo! Começou a derreter e molhou a sala toda.
Entretanto, o Pai Natal chegou de uma longa viagem à terra dos Moomis cheio de frio e foi direitinho à lareira. Catrapum, pum, pum, o pobre estatelou-se no chão, ao escorregar na água que antes pertencia ao Boneco de Neve.
Foi muito angustiante. O nosso amigo estava no chão, cheio de dores. O Urso Polar, que é o mais forte, pegou nele e foi sentá-lo no sofá. Então, a Estrela do Norte foi chamar o velho Xamã para vir tratar o Pai Natal.
Diagnóstico: - o meu amigo tem três costelas partidas, um grande galo na cabeça e não se pode mexer durante quatro meses – disse o Xamã.
- Não, não pode ser - resmungou o Pai Natal. - Quem é que vai distribuir os presentes, este ano?
- Tu é que não vais, disse o velho curandeiro.
Pois é. Foi difícil convencer o velho barbudo que este ano não pode sair de casa.
Já imaginam quem vai fazer o serviço? Claro, eu mesmo. Já tenho o trenó carregado, as minhas companheiras (Veloz, Flecha, Clarão, Cometa, Cupido e Blitze) estão prontas e é só esperar que a Estrela do Norte aceite guiar-nos até a casa dos meninos.
Eu sei que sou a guia do trenó, mas isso é só quando o Pai Natal conduz. Sem ele, eu não sei orientar-me. Quando fui à escola, gostava mais de andar a brincar na neve do que estudar e, assim, nem os pontos cardeais aprendi.
Ah, também vos quero avisar, que os meninos que pediram Playstation, telemóvel, computador, não vão receber nada disso, pois a crise também chegou à terra da fantasia. Aqui há brinquedos feitos de madeira, biscoitos de gengibre, bombons de xarope de ácer, bolos de frutos silvestres, tudo produtos da nossa terra.
E pronto. Esperem por mim lá para a noite de 24.
Uma grande lambidela com muito carinho.
P.S. O Pai Natal manda beijinhos e pede para se portarem bem.
Clementina Braga
(Obrigado à
Ágora Gaia pelos seus vídeos e guias!)